segunda-feira, 19 de março de 2012

O CARNAVAL EM GOVERNADOR VALADARES




 
Foto cedida pelo Museu Municipal de Governador Valadares
Tema: A Mulher na Boca da Serpente – Boate Normandy



As músicas cantadas pelos foliões dos blocos carnavalescos da cidade de Governador Valadares, denunciavam as diferenças sociais e a discriminação existentes na cidade. Rivalidades observadas entre os componentes das escolas de samba Milionários do Ritmo, Rosas da Vila, e a Escola Figueira Samba Comigo. Comentavam que a escola de samba Figueira Samba Comigo era a escola da “elite”, e que lá os pobres não podiam desfilar. Ainda diziam que a Escola Rosas da Vila era a Escola de samba dos “veados”, e que a Escola de Samba Milionários do Ritmo era a melhor do carnaval,  ganhava a maioria dos prêmios  disputados nas festas da cidade de Governador Valadares.
"Os desfiles dos carros alegóricos era uma competição à parte, uma espécie de disputa entre clubes". Os mais belos carros, os mais caros, eram uma forma de mostrar o poder econômico social dos clubes e das pessoas que faziam parte deles, os “sócios”, nestes nem todos tinham os mesmos direitos. O Ilusão Esporte Clube era um deles existia um grupo distinto, cobiçado pelo luxo de seus bailes, desejo de muitos foliões, ainda existia O Minas Clube, e o Metrópole, o ultimo mais ligado aos Católicos.
A Banda de música Lira Trinta de Janeiro também colocava carro alegórico nos desfiles carnavalescos de rua. Propósito este de participar do rito e comemorações carnavalescas da cidade,  os músicos  não "queriam divergir-se" com os sócios dos clubes, quem lhes davam  trabalho durante o ano, não disputavam as premiações, ficavam fora. Saiam nos   desfiles com intuito de divulgando o trabalho dos músicos e da banda.
Mulheres que moravam na Zona Boêmia, como Rosinha e Dulce, também colocavam carros alegóricos para desfilar na festa. Estes bem decorados, enfeitados, entre eles, um muito conhecido pelos moradores da cidade, sua foto aparece com freqüência em notiario da festa,  imagem esta que pode ser encontrada no  museu da cidade, é o “Carro da Serpente”, esta trazia uma moça na “boca da cobra”, dizem que esta mulher também era moradora na Zona da cidade,  e seu nome, dizem que era Marilda.
Outro carro e que também tem foto no Museu, é um chamado, "O Violão",  este para homenagear o cantor “Nelson Gonçalves”, artista preferido das moradoras da Zona, ele cantava sempre naquele local, vinha com freqüência a cidade, e lá seus shows acontecia, nas casas noturnas, boates, que localizavam nas proximidades do Mercado Municipal de Gernador Valadares, para ser mais exato o endereço, e ficar  facil sua localização, era na rua Israel Pinheiro,  bem naquele local onde funcionou o varejão das fabricas e hoje funciona um Banco do Brasil, a outra casa noturna,  Local este também na mesma rua, onde funcionou a Caixa Econômica Federal, tiveram outros carros que desfilaram também,  um de chamado  "o relogio do Império'.
Carros estes custeados pelas mulheres freqüentadoras das Boates,  e moradoras da Zona, estes sempre vinham com os nomes das boates à frente, uma forma de fazer publicidade das Casas Noturnas e Zona Boêmia.
Estes veículos  eram  aguardados,  traziam novidades, quando passavam eram aplaudidos pelo povo na rua, não esqueçam que ainda dizem que nunca ganharam prêmios na cidade, diziam ainda, que um foi sabotado, o carro teve o motor cheio de açúcar ou areia, sabe que ele não desfilou, atrapalharam que ele Passasse, não participou da  premiação. Estas Mulheres tinham horários marcado "por lei"para fazerem suas compras no comércio da cidade,  não lhes eram perpitidas sairem, fazerem as compras nos mesmos horário em  que sainham "as donas senhoras de família, casadas, não permitiam que elas encontrassem nas ruas."

REFERNCIA BIBLOGRAFICA
SEBE, José Carlos. Carnaval, Carnavais. São Paulo: Ática, 1986





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